Como Hogwarts Legacy Minimiza as Artes das Trevas

Hogwarts Legacy Minimizing the Dark Arts

Apesar de ser uma franquia relativamente nova no grande esquema da cultura pop, o Mundo Bruxo de Harry Potter tem uma mitologia enganosamente complexa por trás. Desde detalhes ocultos sobre locais icônicos da série, até motivações secretas dos personagens, até a extensa mitologia por trás de cada feitiço no universo, o Mundo Bruxo é denso e complicado. Embora certamente não possa abranger tudo, Hogwarts Legacy faz um trabalho surpreendentemente bom ao explorar tudo isso e destacar o que realmente importa.

Nem tudo é perfeito. Com um universo tão vasto para trabalhar, é natural que Hogwarts Legacy tenha cometido alguns erros, mas um desses aspectos da mitologia foi subestimado durante o jogo. Descrito repetidamente nos livros e filmes como alguns dos atos mais hediondos que um bruxo ou bruxa poderia cometer, a gravidade das Artes das Trevas é minimizada em Hogwarts Legacy. Embora tudo pareça ótimo no início, isso acaba prejudicando a narrativa do jogo a longo prazo.

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Hogwarts Legacy usa as Artes das Trevas de forma um pouco leviana

O tratamento inicial de Hogwarts Legacy em relação às Artes das Trevas começa muito bem. Ao conhecer e se tornar amigo de Sebastian Sallow, Hogwarts Legacy começa lentamente a introduzir o conceito das Artes das Trevas, uma forma proibida de magia que raramente é usada pelo Mundo Bruxo em geral e é demonizada pela sociedade. Embora Sebastian entenda a gravidade do uso das Artes das Trevas, ele acredita que elas poderiam ajudá-lo a curar sua irmã e parte em busca do Scriptórium de Salazar Sonserina, que aparentemente pode ser encontrado nos calabouços do Castelo de Hogwarts.

Essa introdução às Artes das Trevas de Harry Potter é quase perfeita. Mesmo os jogadores que nunca viram ou leram uma história de Harry Potter antes perceberão imediatamente que provavelmente não deveriam embarcar nessa missão, e essa noção é reforçada na própria missão inicial das Artes das Trevas. Após encontrar a entrada para o Scriptórium de Sonserina, o jogador e Sebastian devem navegar por uma catacumba sinistra, e no final, o jogador precisa decidir se usa a maldição Cruciatus em Sebastian ou permite que ele a use no jogador. Há uma sensação real de apreensão nesse momento, que captura muito bem a gravidade das Artes das Trevas.

No entanto, as coisas começam a ficar um pouco mais triviais a partir daí. A próxima missão de Sebastian faz o jogador aprender o Imperius, mas não há realmente nenhuma consequência para essa ação. Embora o tio de Sebastian o condene por usá-lo em um duende, o jogador não recebe nenhuma punição, e isso se repete na última missão de Sebastian. Nessa missão, Sebastian mata seu tio com a maldição Avada Kedavra e passa a ensinar o feitiço para o jogador, de forma bastante leviana. Novamente, embora essa ação coloque Sebastian em uma grande confusão com o Ministério e Hogwarts, o jogador agora pode usar Avada Kedavra – e o resto dos feitiços das Artes das Trevas – sem absolutamente nenhuma consequência.

Por um lado, a capacidade de usar as três Maldições Imperdoáveis durante o combate dá aos jogadores uma sensação de poder bem merecida na segunda metade do jogo. Por outro lado, isso realmente quebra a atmosfera imersiva que o resto de Hogwarts Legacy construiu. No fim das contas, as Maldições Imperdoáveis têm esse nome por um motivo, e a falta de qualquer consequência por usá-las simplesmente não faz sentido narrativo. Isso faz com que Hogwarts Legacy pareça mais um jogo de sandbox do que a experiência imersiva que ele pretendia ser para os fãs.

Hogwarts Legacy já está disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series X/S, com lançamento para o Switch programado para 14 de novembro de 2023.

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