Hideki Kamiya dá sua opinião sobre a controvérsia em torno de ‘JRPG’ – GameTopic.

Hideki Kamiya opinia sobre a controvérsia em torno de 'JRPG' - GameTopic.

O Hideki Kamiya, da PlatinumGames, disse que quer que as pessoas usem o termo “J-Action” para descrever os jogos de interpretação de papéis japoneses e que ele também se orgulha do termo “JRPG”, que recentemente tem sido criticado por ser um rótulo discriminatório.

Falando com a VGC, Kamiya usou God of War original e Bayonetta como exemplos. God of War estava em um gênero que estava se tornando cada vez mais popular, e o protagonista da franquia, Kratos, era musculoso e careca. Criar um personagem como Kratos era difícil e não era exclusivo da cultura japonesa. Então Bayonetta nasceu das sensibilidades japonesas.

“Quando você olha para Bayonetta como personagem, ela não parece forte como Kratos, ela não parece que pode enfrentar esses demônios enormes”, explicou Kamiya. “Mas ela era muito única na forma como foi criada, na forma como vemos heróis de jogos de ação, de um ponto de vista japonês único.

Kamiya também falou sobre o termo “JRPG” e disse que, como criador japonês, ele tem muito orgulho do rótulo. Ele sugeriu que as pessoas usem o termo “J-Action” para descrever jogos de ação em tempo real como Bayonetta, por exemplo.

“É mais focado do que o amplo gênero de ação, e destaca os elementos únicos que apenas os desenvolvedores japoneses podem criar”, explicou ele. “Então sim, se você quisesse fazer isso, vá em frente, ficaríamos orgulhosos mais do que qualquer outra coisa.”

O rótulo de JRPG recentemente gerou controvérsia quando o produtor de Final Fantasy XVI, Naoki Yoshida, disse que se tornou um subgênero diferente de videogames quando os desenvolvedores japoneses não tiveram voz no assunto. Isso resultou em um período durante os anos 2000 e início dos anos 2010 em que os RPGs japoneses eram vistos de forma mais negativa do que os ocidentais.

“Houve um tempo em que esse termo apareceu pela primeira vez há 15 anos, e para nós, como desenvolvedores, quando o ouvimos pela primeira vez, foi como um termo discriminatório”, disse Yoshida na época.

Mais tarde, ele esclareceu para o GameTopic que “não entramos [no desenvolvimento] pensando: ‘vamos fazer um JRPG’ ou ‘vamos fazer um RPG ocidental desta vez.’ Vamos fazer o RPG que queremos fazer. Vamos fazer aquele RPG de ação que queremos fazer.”

Os comentários de Yoshida abriram a porta para uma conversa complexa sobre a história do termo e a história geral do gênero.

Reagindo a essa conversa, o produtor da PlatinumGames, Yuji Nakao, disse que tinha um ponto de vista oposto ao de Yoshida e que os JRPGs como subgênero são únicos. Ele mencionou que não sente que isso tenha qualquer conotação negativa.

Kamiya também mencionou as diferenças entre as versões japonesa e americana do programa de TV Ultraman e sua representação do Ultraman decolando do chão. A última focava mais em combinar realisticamente os efeitos sonoros com os efeitos visuais, enquanto a primeira focava em criar sons mais únicos.

Ele explicou que, no final das contas, não se tratava de bom versus ruim ou japonês versus americano, mas sim de como as diferenças culturais afetam a criatividade.

O lançamento mais recente da PlatinumGames é o DLC para The Wonderful 101 Remastered chamado The Wonderful One: After School Hero, que é um jogo de ação de rolagem lateral. O estúdio também lançou Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon para o Nintendo Switch no início deste ano.

George Yang é um escritor freelancer para o GameTopic. Ele escreve sobre a indústria desde 2019 e já trabalhou com outras publicações como Insider, Kotaku, NPR e Variety.

Quando não está escrevendo sobre videogames, George está jogando videogames. Que surpresa! Você pode segui-lo no Twitter @Yinyangfooey